Erros comuns ao solicitar refinanciamento digitalmente

Erros comuns ao solicitar refinanciamento digitalmente

No cenário atual, refinanciar dívidas pela internet se tornou uma alternativa rápida e prática. Porém, sem o devido cuidado, o consumidor pode enfrentar prejuízos financeiros ou até cair em golpes. Este guia detalhado mostra como identificar e evitar as principais armadilhas nesse processo.

Crescimento do crédito digital e desafios iniciais

O mercado de crédito digital no Brasil vivencia uma expansão impressionante. Entre 2022 e 2023, o número de clientes em fintechs de crédito saltou de 25,6 milhões para 46,7 milhões, um aumento de 82%. O volume liberado atingiu R$ 21,1 bilhões, 52% a mais que no ano anterior. Paralelamente, empréstimos consignados digitais para CLTs alcançaram mais de R$ 340 milhões em 2025, reforçando o interesse pela modalidade.

No entanto, esse ritmo de crescimento traz inconsistências ou falhas sistêmicas em plataformas que ainda estão em fase de testes. Conexões instáveis, simulações que não concluem e pedidos que não aparecem para análise são queixas frequentes. Tais problemas geram insegurança e podem atrasar a contratação.

Erros técnicos e operacionais

Falhas de usabilidade são comuns quando o sistema não passou por testes suficientes. Usuários relatam:

  • Intermitências na integração entre fintechs e bancos;
  • Simulações que travam ou retornam dados incorretos;
  • Formulários que não salvam informações preenchidas.

Se o sistema falha, o usuário pode perder taxas promocionais ou condições especiais. Em alguns casos, instituições preferem adiar operações até garantirem a estabilidade do serviço.

Erros comportamentais e de informação

Muitas pessoas cometem equívocos por falta de pesquisa ou entendimento. Entre os principais estão:

  • Aceitar a primeira proposta apresentada sem buscar outras opções;
  • Desconsiderar a importância de comparar taxas e condições entre diferentes instituições;
  • Negligenciar o estudo do Custo Efetivo Total (CET), que reúne juros, tarifas e seguros;
  • Ignorar o impacto do prazo sobre o valor final pago;
  • Assumir vários refinanciamentos simultâneos, comprometendo grande parte da renda;
  • Não verificar a reputação da instituição financeira junto ao Banco Central e órgãos de defesa do consumidor.

Focar apenas na taxa nominal é um erro clássico. Empréstimos com juros menores podem ter custos ocultos, tornando-se mais caros ao longo do tempo.

Golpes e procedimentos abusivos

No ambiente digital, surgem cada vez mais tentativas de fraude. Entre as práticas fraudulentas mais frequentes, temos:

  • Oferta de crédito por instituições não autorizadas;
  • Venda casada, condicionando o financiamento à contratação de outros serviços;
  • Manipulação indevida de dados pessoais para aprovação rápida de empréstimos.

Para se proteger, consulte sempre o cadastro da empresa no site do Banco Central e utilize canais oficiais de denúncia em caso de irregularidades.

Tabela resumida: erros x soluções

Como realizar um refinanciamento consciente

Para alcançar melhores resultados e minimizar riscos, siga estas etapas:

  • Use ferramentas de simulação com dados realistas e atualizados;
  • Leia cada cláusula do contrato com atenção, marcando dúvidas para esclarecimento;
  • Verifique todas as taxas indiretas que compõem o CET;
  • Considere o impacto das parcelas no orçamento mensal;
  • Pesquise a reputação da fintech ou banco em órgãos de defesa do consumidor;
  • Em caso de falha técnica, salve capturas de tela e protocolos de atendimento;
  • Registre-se em canais oficiais de reclamação para garantir seus direitos.

Planejamento e educação financeira

O refinanciamento deve ser uma ferramenta de alívio e não de endividamento adicional. Antes de solicitar, avalie:

• Se a dívida a ser quitada realmente exige refinanciamento ou se pode ser solucionada com corte de gastos;

• A disciplina para honrar o novo compromisso financeiro;

• A possibilidade de renegociar diretamente com o credor original, sem necessariamente contratar outra linha de crédito.

Conclusão

O refinanciamento digital oferece conveniência e agilidade, mas requer cuidado e informação. Evitar erros críticos ao solicitar pela internet passa pela comparação de propostas, análise detalhada do CET, atenção a prazos e parcelas e verificação da credibilidade da instituição.

Com planejamento e atenção aos detalhes, é possível transformar o refinanciamento em uma solução financeira vantajosa, aliviando o orçamento e promovendo saúde financeira a longo prazo.

Por Matheus Moraes

Matheus Moraes encontrou no universo financeiro a combinação perfeita entre paixão e propósito. Aos 23 anos, ele é redator do site avpvhs.com, onde compartilha conteúdos práticos e descomplicados sobre investimentos, cartões de crédito e serviços bancários. Seu objetivo é ajudar leitores a tomarem decisões financeiras mais conscientes e a construírem uma relação mais saudável e estratégica com o dinheiro.